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terça-feira, 17 de julho de 2012

FALCATRUA ESPÍRITA USA NOME DE SÃO JERÔNIMO


O que vamos ver a seguir é a desonestidade descarada dos escritores espíritas, em vãs tentativas de forjar crédito para a farsa da reencarnação adulterando textos dos Pais da Igreja. O escritor espírita Léon Denis em seu livro “Cristianismo e Espiritismo” diz que São Jerônimo, o tradutor da Bíblia Vulgata, “afirma que a transmissão das almas fazia parte dos ensinos revelados a um certo número de iniciados” , porém não faz alusão à qualquer fonte. O livro “O Espiritismo e as Igreja Reformadas” (de Jayme Andrade, editora EME, quarta edição), dedica o capítulo VII, parte 3 ao estudo da reencarnação na história e lá preenche tal lacuna assim: “São Jerônimo afirmou (Hyeron, Epistola ad Demeter) que a 'doutrina das transmigrações era ensinada secretamente a um pequeno número, desde os tempos antigos, como um verdade tradicional que não devia ser divulgada.' 

Autor do desmentido: Fernando Nascimento


Esse mesmo Pai se mostra crente na preexistência, em sua 94ª Carta a Ávitus. José Reis Chaves, em  “A Reencarnação na Bíblia e na Ciência”, 7ª ed., ebm, cap VI; faz coro com Andrade: “São Jerônimo (...) também aceitava a reencarnação. Aliás talvez seja por isso que a Igreja pouco fale de São Jerônimo. Ele afirma que a transmigração das almas foi ensinada durante um longo tempo na Igreja. (9). Muito do que escreveu São Jerônimo escreveu está em forma de cartas. Em suas Cartas a Avitus, imperador romano, Jerônimo fala sobre a reencarnação (transmigração das almas) (10). E eis o que escreveu São Jerônimo: “A transmigração das almas é ensinada secretamente a poucos, desde os mais remotos tempos, como uma verdade não divulgável.(11)" As notas de rodapé são: (9) Evangelho Esotérico de São João, pág. 68, Paulo le Cour, São Paulo, 1993. (10) Vidas Passadas – Vidas Futuras, pág. 237, Dr. Bruce Goldberg, Editorial Nórdica Ltda. Rio de Janeiro, 1993. (11) O Mistério do Eterno Retorno, pág. 123, Jean Prieur, Editora Best Seller, São Paulo, SP


 A Verdade

Começando com a carta a Demetrius, pode-se constatar, procurando nos originais: 

http://www.ccel.org/ccel/schaff/npnf206.v.CXXX.html 

QUE NÃO existe tal referência elogiosa à doutrina da transmigração na carta a Demetrius. Pelo contrário, o que se encontra é: "Este ensinamento perverso e ímpio foi anteriormente amadurecido no Egito e no Oriente e agora que embosca secretamente como uma víbora em sua toca muitas pessoas daquela região, corrompendo a pureza da fé e gradualmente tocando conta de forma silenciosa como um mal hereditário, até atacar um grande número." 

Continuando: 

A CARTA a Ávitus é de número 124 (desconheço outra seqüência que a enquadre na 94ª posição). São Jerônimo morreu em 420, não conhecendo nenhum “imperador” de nome Avitus. O cidadão a que ele faz menção deve ter sido o mesmo que o apresentou a uma mulher de nome Salvina na carta 79ª, datada em 400 d.C. 

A carta a Avitus é datada em 409-10. De fato, existiu um imperador romano de nome Avitus (Marcus Maecilius Flavius Eparchius Avitus) que reinou em 455-6 no ocidente, mais de trinta anos após a morte de Jerônimo. Ele nasceu em 395, logo, era muito molequinho quando Jerônimo conheceu Salvina por intermédio do outro Avitus e um rapazola quando a carta em questão foi escrita. 

Voltando ao que interessa... 

J. R. Chaves acerta quando diz que São Jerônimo escreveu sobre a “transmigração das almas” para Avitus. Só se esqueceu de dizer que ele desceu o sarrafo em tal doutrina a carta inteira! 

Confira: 

http://www.ccel.org/ccel/schaff/npnf206.v.CXXIV.html 

Não existe reencarnação. A palavra de Deus diz: “Está determinado que os homens morram uma só vez e logo em seguida o juízo.” (Hebreus 9,27). 

Cai a farsa.

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