A agência católica de Bruxelas relatava em 21 de fevereiro de 2001 que o Rabino David Dalin, de Nova Iorque, pedia que Pio XII fosse oficialmente reconhecido como um "justo entre as nações"
Fazendo coro com o escritor Antonio Gaspari e sua obra Les juifs sauvés par Pie XII, publicada em fevereiro do mesmo ano, a voz do rabino americano vem em socorro do Papa Pacelli, acusado por alguns de cumplicidade passiva com o regime nazista durante a Segunda Guerra Mundial.
Para ele, "no Talmude está escrito: Quem salva uma vida, salva o mundo inteiro; e, mais que ninguém no século XX, Pio XII respeitou este princípio. Nenhum outro papa foi tão magnânimo com os Judeus. Toda a geração de sobrevivente do Holocausto testemunha que Pio XII foi autenticamente e profundamente um justo."
Com estas palavras se conclui um longo artigo do rabino David Dalin publicado na revista The Weekly Standard, onde ainda diz: "Contrariamente ao que escreveu John Cornwell, para quem Pio XII seria o "Papa de Hitler", creio que o papa Pacelli foi o maior dos benfeitores dos judeus."
Fazendo coro com o escritor Antonio Gaspari e sua obra Les juifs sauvés par Pie XII, publicada em fevereiro do mesmo ano, a voz do rabino americano vem em socorro do Papa Pacelli, acusado por alguns de cumplicidade passiva com o regime nazista durante a Segunda Guerra Mundial.
Para ele, "no Talmude está escrito: Quem salva uma vida, salva o mundo inteiro; e, mais que ninguém no século XX, Pio XII respeitou este princípio. Nenhum outro papa foi tão magnânimo com os Judeus. Toda a geração de sobrevivente do Holocausto testemunha que Pio XII foi autenticamente e profundamente um justo."
Com estas palavras se conclui um longo artigo do rabino David Dalin publicado na revista The Weekly Standard, onde ainda diz: "Contrariamente ao que escreveu John Cornwell, para quem Pio XII seria o "Papa de Hitler", creio que o papa Pacelli foi o maior dos benfeitores dos judeus."
É digno de nota que um dos livros de Dalin, Religion and State in the American Hewish experience, foi tido como um dos maiores trabalhos acadêmicos em 1998.
Este mesmo rabino deu diversas conferências sobre as relações entre judeus e cristãos no Hartford Trinity College, na universidade George Washington e no Queens College, de Nova Iorque. Ele sustenta que muitos livros publicados sobre Pio XII recentemente, manifestam uma incompreensão sobre a forma com que Pio XII se opôs ao nazismo e sobre aquilo que ele fez para salvar os Judeus do Shoah. A este propósito ele apresenta fatos, documentos, declarações e obras diversas. "Pio XII, diz, foi uma das personalidades mais críticas com relação ao nazismo. De 44 discursos pronunciados por Pacelli na Alemanha entre 1917 e 1929, 40 denunciam os perigos iminentes da ideologia nazista. Em março de 1935, em carta aberta ao pároco de Colônia, ele chama os nazistas de "falsos profetas para o orgulho de Lúcifer". No mesmo ano, em um discurso em Lourdes, denuncia "as ideologias possuídas pela superstição da raça e do sangue." Sua primeira encíclica como Papa, Summi Pontificatus, era tão claramente anti-racista que os aviões aliados lançavam milhares de cópias sobre a Alemanha para alimentar o sentimento anti-racista."
Àqueles que reprovam Pio XII por não ter se pronunciado com suficiente veemência contra o nazismo, Dalin repete as palavras de Markus Melchior, grande rabino da Dinamarca, e Ponte (do B'nai B'rith), que sobreviveu ao Shoah: "Se o Papa tivesse falado, Hitler teria massacrado muito mais que seis milhões de judeus e talvez dez milhões de católicos." Ele também cita as palavras de Kempner, representando os Estados Unidos no processo de Nuremberg: "Toda ação de propaganda inspirada pela Igreja Católica contra Hitler teria sido suicido ou levaria à execução de um número muito maior de judeus e católicos." Acerca da ajuda dada aos judeus, lembra rabino Dalin: "Ao longo dos meses em que Roma fora ocupada pelos nazistas, Pio XII deu por instrução ao clero de salvar os judeus por todos os meios. O cardeal Boetto de Genova salva, por si só, pelo menos 800 judeus, o pároco de Assis, 300. Quando foi entregue ao cardeal Palazzini a medalha dos justos por ter salvo judeus no seminário romano, ele afirmou: "O mérito é totalmente de pio XII que ordenou que fizéssemos tudo quanto possível para salvar os judeus da perseguição." A ajuda levada pelo papa Pacelli era tão conhecida que, em 1955, por ocasião da celebração do 10o. aniversário da Liberação, a União das Comunidades Israelitas proclamou o dia 17 de Abril como "dia da gratidão" pela assistência dada pelo Papa durante a guerra.
A segunda notícia provém da agência de imprensa católica Zenit (estreitamente ligada ao Vaticano), na data de 29 de Maio de 2001. Curiosamente, esta informação não foi repetida na edição francesa. Censura? Ei-la aqui pela primeira vez em francês. Sob o título Pio XII cria numa reação brutal contra os judeus. Ele sabia que um protesto custaria vidas, a agência apresenta um livro publicado na Itália sobre o pseudo-silêncio do papa, e que dá detalhes até o momento inéditos: Pio XII, Papa degli ebrei (Pio XII, o Papa dos judeus), publicado nas edições Piemme e escrito por Andrea Tomielli, correspondente do Vaticano para Il Giornale. O autor reconstitui o debate ao redor do papa Eugênio Pacelli. O mundo judeu agradeceu Pio XII durante sua vida e após sua morte. Mas sua reputação foi atacada após a publicação nos anos 60 da peça O Vigário, e, mais recentemente, no livro do escritor britânico John Cornwell, O Papa de Hitler.
Segundo a nova obra de Andrea Tomielli, Pio XII disse um dia ao padre Pirro Scavizzi, um padre que coletava informações sobre as vítimas das perseguições nazistas: "Após muitas lágrimas e muitas preces, julguei que meu protesto teria desencadeado a cólera mais feroz contra os judeus e multiplicado os atos cruéis, num momento em que eles se encontravam indefesos. Talvez meus protestos me tivessem ganho o elogio do mundo, mas eles teriam também causado aos pobres judeus uma perseguição ainda mais implacável que a que já sofrem."
(Emmanuel Ratier. Extraído de Monde et Vie, 14.12.02, republicado no Bulletin des Amis de St. François de Sales)
Vejam também:
A propósito dum aniversário
Foi o que fizeram muitos sacerdotes, religiosos e leigos que se sujeitaram a perder a vida, durante a perseguição nazista na Itália e em outros países, para salvar judeus e detractores do nazismo.
No livro «História dos judeus italianos», publicado graças a uma pesquisa da Ação Católica Italiana, Luciano Tas sublinha a contribuição oferecida até o derramamento do sangue por parte da Igreja Católica para ajudar e pôr a salvo os judeus perseguidos.
De acordo com o «Martirológio do Clero Italiano», 729 sacerdotes e seminaristas perderam a vida entre 1940 e 1946; destes, não menos que 170 foram assassinados por terem ajudado judeus e detractores do nazismo.
A edição em italiano do jornal da Santa Sé, «L’Osservatore Romano», recorda o testemunho de Giovanni Palatucci, polícia que faleceu em 10 de fevereiro de 1945 no campo de concentração de Dachau, aos 36 anos, onde havia sido internado por salvar milhares de judeus. Proclamado por Israel «Justo entre as Nações», a fase diocesana de seu processo de beatificação foi concluída no ano passado.
Outro caso é o de um pai de família, Odoardo Focherini (1907-1944). Começou a ajudar os judeus ainda antes de 8 de setembro de 1943, quando auxiliou um grupo de refugiados chegados da Varsóvia. Salvou 105 judeus da deportação nazista. Foi detido e internado no campo de Hersbruck, onde faleceu.
Mais que denunciar o mal, é bom que imitemos estas pessoas a auxiliar quem sofre.
M. V. P.
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