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terça-feira, 13 de março de 2012

DETONANDO A TEOLOGIA DA PROSPERIDADE


A Herética Teologia da Prosperidade

30.05.2009 – “O mundo está em perigo justamente por causa da ganância e este mal é legitimado pela teologia da prosperidade”.
Stanley Hauerwas
  -  Teólogo americano
A herética teologia da prosperidade está desmoralizada e detonada pela atual crise econômica mundial, e ironicamente onde ela nasceu: os Estados Unidos, e foi neste país onde também se originou essa terrível crise.
Essek W. Kenyon (1867-1948) foi o pensador americano na dimensão cristã do poder da confissão positiva da fé. Ele foi metodista, batista e depois um pregador pentecostal itinerante.
Podemos afirmar que o verdadeiro pai da teologia da prosperidade é outro pregador americano Kenneth E. Hagin (1917-2003). Ele foi batista e depois pentecostal. Após três visitas ao inferno e ao céu, converteu-se a Jesus. Sua meditação em Marcos 11,23.24, chegou à conclusão de que era necessário crer, determinar verbalmente a fé e agir como se já tivesse posse da bênção, ou seja, “creia no seu coração, determine com as suas palavras e receba a bênção”.
A bênção, a cura, milagre e a prosperidade têm como fundamento a “confissão positiva da fé com a devida determinação”. Focalizar, visualizar o bem que deseja receber e determinar como filho de Deus de que você tem direito na bênção de Abraão, em Isaías 53 e em Filipenses 4,13. Esse era o entendimento de Hagin, fez disso o seu ministério e a árvore de seus escritos, não precisa afirmar que a sua raiz foi completa e profundamente herética.
A POBREZA AMERICANA
Nos Estados Unidos, os sociólogos estão estudando um grupo ao qual aplicam o termo “quase pobres”. O risco de essas pessoas ficarem pobres é grande. Mais de 50 milhões de indivíduos estão nessa situação, apesar da grande riqueza do país.
Há 2,3 milhões de pessoas presas nos Estados Unidos e a população carcerária quadruplicou desde 1980. Há uma taxa de 750 presos por cem mil habitantes, a mais alta do mundo (1).
36,5 milhões de seus cidadãos vivem abaixo da linha da pobreza, segundo o Departamento de Saúde e Serviços Humanos. A eles, poderão se juntar outros 10,3 milhões de novos empobrecidos nos próximos meses.
17% das crianças vivem na pobreza: destas, 2 milhões, em extrema miséria.
O food stamps, programa federal que distribui às famílias um carnê, utilizado para a aquisição de bens de primeira necessidade, atende 29 milhões de pessoas.
São 45,7 milhões os norte-americanos sem assistência médica.
Em novembro de 2008, o percentual de desocupados era de 6,7 da população, a mais alta taxa dos últimos 14 anos.
Cresceu entre 35 e 40% a afluência dos pobres aos bancos alimentares, segundo a America’s Second Harvest. As doações, porém, aumentaram apenas 18%. (2).

DETONANDO A TEOLOGIA DA PROSPERIDADE
A teologia da prosperidade é a base doutrinária das igrejas neopentecostais. Ela gera literaturas “ditas cristãs” de auto-ajuda, confissão positiva, batalha espiritual, determinação da bênção, quarta dimensão, sacrifícios por meios de dízimos e ofertas (fogueira de Israel), encontros de células e G12 da onda apostólica.
É fácil identificar as igrejas neopentecostais pelo seu triunfalismo exacerbado, liderança centralizadora e autoritária, seus líderes tem idolatria pela mídia, pregam demasiadamente a total saúde e riqueza, falam demais nos demônios como causadores de todas as desgraças e misérias, atacam vergonhosamente a Igreja Católica e em cima da boa fé dos fiéis constroem seu poderoso império religioso e financeiro.
Certo missionário neopentecostal disse pregando: Quando acreditamos na Palavra de Deus, ganhamos o poder de expulsar de nós e de nossos familiares os demônios do desemprego, da separação de casais, dos vícios, da prostituição e de tudo que é mal. A partir daí, todos os males vão embora, a pessoa prospera e tem vida em abundância. (3).

Os fatos a seguir provam que esse pregador mente e todos aqueles que ensinam a teologia da prosperidade e seus congêneres.

1. A FAO divulgou as novas estimativas sobre a fome no mundo: 2008 deverá terminar com 963 milhões de subnutridos, 40 milhões a mais que em 2007 (4).

2. Diante da perspectiva de 50 milhões de novos desempregados até 2010, segundo estimativas da Organização Internacional do Trabalho (OIT). (5) O Fundo Monetário Internacional (FMI) informou ontem que a crise econômica mundial vai afetar mais profundamente as economias, reduzindo o crescimento e fazendo o Produto Interno Bruto (PIB, soma de bens e serviços produzidos em um país) global encolher 1,3% – o mesmo percentual de retração previsto para o Brasil. Em janeiro, o FMI ainda estimava que a economia brasileira cresceria 1,8% este ano. Para 2010, o organismo prevê que o Brasil crescerá 2,2%, contra os 3,5% estimados anteriormente. A queda da economia mundial será a maior desde a Segunda Guerra Mundial, com recessão atingido 75% das economias do planeta, segundo o estudo “Perspectivas para a economia mundial”, divulgado ontem. Os países da América Latina, como um todo, vão encolher 1,5% afetados, principalmente, pela queda nos preços internacionais das matérias-primas exportadas pela região. (O Globo, 23/04/09, p.17).

3. Nas últimas duas décadas, o número de favelados dobrou na Índia. Um relatório das Nações Unidas estima que daqui a 20 anos metade da população estará em favelas, com o aumento do fluxo migratório do campo para a cidade. Um quarto dos indianos esta abaixo da linha da miséria, sobrevivendo com menos de US$ 1 por dia (6).
Dados do Instituto Municipal Pereira Passos (IPP) concluiu que o Rio de Janeiro ganhou mais 218 novas favelas. Elas são agora 968, contra 750 registradas em 2004, ano do último levantamento do Instituto (7).

O americano Ronald J. Sider, professor de teologia e de políticas públicas, colaborador da Cristianity Today e autor do livro “O Escândalo do Comportamento Evangélico”, escreve: “Nos Estados Unidos o divórcio é mais comum entre crentes ‘nascidos de novos [que se dizem realmente convertido] do que entre a população em geral” (8).
Em 1999, uma pesquisa revelou o comportamento sexual dos casais evangélicos brasileiros. 56,9% informaram que praticavam regularmente sexo oral com o cônjuge e 15,5% praticam sexo anal regularmente com o cônjuge e 39,6% nunca o praticaram, mas gostaria de fazê-lo (9).

4. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), em qualquer época, mais de 150 milhões de pessoas sofrem de depressão, cerca de 25 milhões sofrem de esquizofrenia, e 38 milhões de epilepsia. No Brasil, nos primeiros anos do século XXI 17 milhões de pessoas foram diagnosticadas como depressivas, “com o apoio desses dados e estatísticas, considerando a hipótese de que a depressão poderia estar se tornando um sintoma social no século XXI, diz a doutora em psicanálise pela PUC de São Paulo, Maria Rita Kehl (10).
De acordo com a (OMS), até hoje, cerca de 60 milhões de pessoas foram infectadas com o HIV, e cerca de 20 milhões morreram de AIDS. A vasta maioria das vítimas do HIV não tem acesso a tratamento adequado.

5. O número de divórcios no Brasil bateu recorde em 2007, quando a figura legal da dissolução do matrimônio completou 30 anos no país. Foi 179.342 registros de divórcios no ano passado, um número 200% maior do que o verificado em 1984, segundo dados divulgados na pesquisa Estatística do Registro Civil 2007, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (11).
Diante de tantos problemas sociais e humanos, não são oportunistas como: magos, gurus, astrólogos, profetas, médiuns e pregadores carismáticos e pentecostais da teologia da prosperidade que vão solucionar, ao contrário, os tais ganham muito dinheiro em cima do doente, do desempregado, do desesperado, da dor e do sofrimento das pessoas?

Tais pregadores são aves de rapina com o seu falso evangelho.

São Paulo Apóstolo chama esses pregadores de lobos cruéis (Atos 20,29), cães (Fl 3,2), falsificadores da Palavra de Deus (2 Cor 2,17), corruptos (2 Tm 3,1-8), apóstolos de Satanás (2Cor 11,13-15) e de hereges (Tito 3,10.11), porque eles pregam outro Jesus, outro espírito e outro evangelho (2 Cor 11,4).

Igrejas sérias com pastores sérios sofrem constrangimentos por causa desses fraudulentos mercadejantes do enganoso evangelho da saúde e da riqueza.
O ilustre historiador britânico e professor de História e Religião na Penn State University, nos Estados Unidos, Philip Jenkins escreve: “Os grupos pentecostais têm o tipo de Deus capaz de solucionar meus problemas de hoje e de amanhã. As pessoas de hoje buscam soluções, e não a eternidade”.

“As pessoas querem prosperidade – ou, pelo menos, a sobrevivência econômica -, mas igualmente crucial é a promessa de saúde, e a situação desesperadora da saúde pública nas novas cidades contribui muito para explicar a ênfase das novas igrejas na cura da mente e do corpo. Afora a gama geral de doenças que afetam os norte-americanos e os europeus, os pobres do terceiro Mundo também sofrem com doenças associadas à pobreza, à fome e à poluição, no que foi denominado de “sociedade patogênica”. A mortalidade infantil é assustadoramente alta, pelos padrões do Norte. 
Os ataques desses “demônios da pobreza” são ainda mais graves quando as pessoas vivem em climas tropicais, com todos os problemas provenientes das doenças e parasitas encontrados nessas regiões. Além dos males físicos, os problemas psiquiátricos e o abuso de vários tipos de drogas levam pessoas desesperadas a buscar refúgio em Deus. Tomando todas essas ameaças em conjunto – a doença, a exploração, a poluição, a bebida, as drogas e a violência – e, simples perceber por que é fácil as pessoas aceitarem a afirmação de que estão sendo acossadas por forças demoníacas e só a intervenção divina poderá salvá-las”

O professor Philip Jenkins critica com justiça esses mercenários da fé dizendo: “Em sua pior versão, um evangelho de fé voltado para o sucesso e a saúde pode promover abusos e materialismo, e é fácil escarnecer dele” (12).
CONCLUSÃO
O pregador temente ao bom Deus não prega a si próprio e nem as suas próprias ideologias contrárias ao santo Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo.
O arauto do Evangelho de Cristo não inventa, não recebe e nem passa adiante outro evangelho, pelo contrário, condena categoricamente todo evangelho espúrio.
O proclamador da Boa Nova exerce a nobre missão numa única visão: “por amor a Cristo”. Por amor a Cristo significa: “Pregar a verdade que liberta o pecador da perdição eterna e das garras dos falsos pregadores.

Para o verdadeiro pregador da gloriosa Palavra de Deus, não existe outro interesse, ao não ser o amor e paixão pela salvação das almas e por amor ao nosso Eterno Redentor.
Como verdadeiro profeta de Deus pode morrer doente (Eliseu 2 Rs 13,14), pode se tornar escravo (Daniel Dn 1,1-6), pode viver pobres (os apóstolos Mt 10,7-10; Atos 3,6; 2 Cor 11,25-28), pode ficar e viver doente (Epafrodito Fl 2,25-27; Timóteo, 1 Tm 5,23).

O mistério do espinho na carne do maior apóstolo e teólogo de todos os tempos: São Paulo (2 Cor 12,7-10).

Com todas as incompatibilidades, nada, absolutamente nada, impede ao fiel ministro de Cristo de anunciar a Boa Nova da salvação.
Há um grande poder que move o servo pregador de Deus a essa mais alta missão do mundo: “O amor a Cristo Jesus, Nosso Senhor e Salvador.
Como é magnífico viver para amar e executar o projeto d’Aquele que na cruz nos amou primeiro.
Pe. Inácio Jose do Vale
Pároco da Paróquia São Paulo Apóstolo
Professor de História da Igreja
Faculdade de Teologia de Volta Redonda
E-mail: pe.ianciojose.osbm@hotmail.com
NOTAS
(1) O Globo, 21/09/2008, p.31.
(2) Mundo e Missão, Março de 2009, p.17.
(3) Jornal Show da Fé, nº 32, pp. 12 e 19.
(4) Valor, sexta-feira e fim de semana, 2,3 e 4 de janeiro de 2009, p.A10.
(5) O Globo, 19/04/2009, p.25.
(6) O Globo, 01/03/2009, p.37.
(7) O Globo, 11/01/2009, p.14.
(8) Ultimato, Março-Abril, 2007, PP. 64 e 65.
(9) Jornal Hoje, Março, 1999, p.6.
(10) Valor, sexta-feira e fim de semana, 3,4 e 5 de Abril de 2009, p.17.
(11) Jornal do Brasil, 05/12/2008, p.A5.
(12) JENKINS, Philip. A Próxima Cristandade, Rio de janeiro: Record, 2004, p.112.
Eclésia, Setembro de 2002, p.51.

DETONANDO A TEOLOGIA DA PROSPERIDADE


A Herética Teologia da Prosperidade

30.05.2009 – “O mundo está em perigo justamente por causa da ganância e este mal é legitimado pela teologia da prosperidade”.
Stanley Hauerwas
  -  Teólogo americano
A herética teologia da prosperidade está desmoralizada e detonada pela atual crise econômica mundial, e ironicamente onde ela nasceu: os Estados Unidos, e foi neste país onde também se originou essa terrível crise.
Essek W. Kenyon (1867-1948) foi o pensador americano na dimensão cristã do poder da confissão positiva da fé. Ele foi metodista, batista e depois um pregador pentecostal itinerante.
Podemos afirmar que o verdadeiro pai da teologia da prosperidade é outro pregador americano Kenneth E. Hagin (1917-2003). Ele foi batista e depois pentecostal. Após três visitas ao inferno e ao céu, converteu-se a Jesus. Sua meditação em Marcos 11,23.24, chegou à conclusão de que era necessário crer, determinar verbalmente a fé e agir como se já tivesse posse da bênção, ou seja, “creia no seu coração, determine com as suas palavras e receba a bênção”.
A bênção, a cura, milagre e a prosperidade têm como fundamento a “confissão positiva da fé com a devida determinação”. Focalizar, visualizar o bem que deseja receber e determinar como filho de Deus de que você tem direito na bênção de Abraão, em Isaías 53 e em Filipenses 4,13. Esse era o entendimento de Hagin, fez disso o seu ministério e a árvore de seus escritos, não precisa afirmar que a sua raiz foi completa e profundamente herética.
A POBREZA AMERICANA
Nos Estados Unidos, os sociólogos estão estudando um grupo ao qual aplicam o termo “quase pobres”. O risco de essas pessoas ficarem pobres é grande. Mais de 50 milhões de indivíduos estão nessa situação, apesar da grande riqueza do país.
Há 2,3 milhões de pessoas presas nos Estados Unidos e a população carcerária quadruplicou desde 1980. Há uma taxa de 750 presos por cem mil habitantes, a mais alta do mundo (1).
36,5 milhões de seus cidadãos vivem abaixo da linha da pobreza, segundo o Departamento de Saúde e Serviços Humanos. A eles, poderão se juntar outros 10,3 milhões de novos empobrecidos nos próximos meses.
17% das crianças vivem na pobreza: destas, 2 milhões, em extrema miséria.
O food stamps, programa federal que distribui às famílias um carnê, utilizado para a aquisição de bens de primeira necessidade, atende 29 milhões de pessoas.
São 45,7 milhões os norte-americanos sem assistência médica.
Em novembro de 2008, o percentual de desocupados era de 6,7 da população, a mais alta taxa dos últimos 14 anos.
Cresceu entre 35 e 40% a afluência dos pobres aos bancos alimentares, segundo a America’s Second Harvest. As doações, porém, aumentaram apenas 18%. (2).

DETONANDO A TEOLOGIA DA PROSPERIDADE
A teologia da prosperidade é a base doutrinária das igrejas neopentecostais. Ela gera literaturas “ditas cristãs” de auto-ajuda, confissão positiva, batalha espiritual, determinação da bênção, quarta dimensão, sacrifícios por meios de dízimos e ofertas (fogueira de Israel), encontros de células e G12 da onda apostólica.
É fácil identificar as igrejas neopentecostais pelo seu triunfalismo exacerbado, liderança centralizadora e autoritária, seus líderes tem idolatria pela mídia, pregam demasiadamente a total saúde e riqueza, falam demais nos demônios como causadores de todas as desgraças e misérias, atacam vergonhosamente a Igreja Católica e em cima da boa fé dos fiéis constroem seu poderoso império religioso e financeiro.
Certo missionário neopentecostal disse pregando: Quando acreditamos na Palavra de Deus, ganhamos o poder de expulsar de nós e de nossos familiares os demônios do desemprego, da separação de casais, dos vícios, da prostituição e de tudo que é mal. A partir daí, todos os males vão embora, a pessoa prospera e tem vida em abundância. (3).

Os fatos a seguir provam que esse pregador mente e todos aqueles que ensinam a teologia da prosperidade e seus congêneres.

1. A FAO divulgou as novas estimativas sobre a fome no mundo: 2008 deverá terminar com 963 milhões de subnutridos, 40 milhões a mais que em 2007 (4).

2. Diante da perspectiva de 50 milhões de novos desempregados até 2010, segundo estimativas da Organização Internacional do Trabalho (OIT). (5) O Fundo Monetário Internacional (FMI) informou ontem que a crise econômica mundial vai afetar mais profundamente as economias, reduzindo o crescimento e fazendo o Produto Interno Bruto (PIB, soma de bens e serviços produzidos em um país) global encolher 1,3% – o mesmo percentual de retração previsto para o Brasil. Em janeiro, o FMI ainda estimava que a economia brasileira cresceria 1,8% este ano. Para 2010, o organismo prevê que o Brasil crescerá 2,2%, contra os 3,5% estimados anteriormente. A queda da economia mundial será a maior desde a Segunda Guerra Mundial, com recessão atingido 75% das economias do planeta, segundo o estudo “Perspectivas para a economia mundial”, divulgado ontem. Os países da América Latina, como um todo, vão encolher 1,5% afetados, principalmente, pela queda nos preços internacionais das matérias-primas exportadas pela região. (O Globo, 23/04/09, p.17).

3. Nas últimas duas décadas, o número de favelados dobrou na Índia. Um relatório das Nações Unidas estima que daqui a 20 anos metade da população estará em favelas, com o aumento do fluxo migratório do campo para a cidade. Um quarto dos indianos esta abaixo da linha da miséria, sobrevivendo com menos de US$ 1 por dia (6).
Dados do Instituto Municipal Pereira Passos (IPP) concluiu que o Rio de Janeiro ganhou mais 218 novas favelas. Elas são agora 968, contra 750 registradas em 2004, ano do último levantamento do Instituto (7).

O americano Ronald J. Sider, professor de teologia e de políticas públicas, colaborador da Cristianity Today e autor do livro “O Escândalo do Comportamento Evangélico”, escreve: “Nos Estados Unidos o divórcio é mais comum entre crentes ‘nascidos de novos [que se dizem realmente convertido] do que entre a população em geral” (8).
Em 1999, uma pesquisa revelou o comportamento sexual dos casais evangélicos brasileiros. 56,9% informaram que praticavam regularmente sexo oral com o cônjuge e 15,5% praticam sexo anal regularmente com o cônjuge e 39,6% nunca o praticaram, mas gostaria de fazê-lo (9).

4. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), em qualquer época, mais de 150 milhões de pessoas sofrem de depressão, cerca de 25 milhões sofrem de esquizofrenia, e 38 milhões de epilepsia. No Brasil, nos primeiros anos do século XXI 17 milhões de pessoas foram diagnosticadas como depressivas, “com o apoio desses dados e estatísticas, considerando a hipótese de que a depressão poderia estar se tornando um sintoma social no século XXI, diz a doutora em psicanálise pela PUC de São Paulo, Maria Rita Kehl (10).
De acordo com a (OMS), até hoje, cerca de 60 milhões de pessoas foram infectadas com o HIV, e cerca de 20 milhões morreram de AIDS. A vasta maioria das vítimas do HIV não tem acesso a tratamento adequado.

5. O número de divórcios no Brasil bateu recorde em 2007, quando a figura legal da dissolução do matrimônio completou 30 anos no país. Foi 179.342 registros de divórcios no ano passado, um número 200% maior do que o verificado em 1984, segundo dados divulgados na pesquisa Estatística do Registro Civil 2007, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (11).
Diante de tantos problemas sociais e humanos, não são oportunistas como: magos, gurus, astrólogos, profetas, médiuns e pregadores carismáticos e pentecostais da teologia da prosperidade que vão solucionar, ao contrário, os tais ganham muito dinheiro em cima do doente, do desempregado, do desesperado, da dor e do sofrimento das pessoas?

Tais pregadores são aves de rapina com o seu falso evangelho.

São Paulo Apóstolo chama esses pregadores de lobos cruéis (Atos 20,29), cães (Fl 3,2), falsificadores da Palavra de Deus (2 Cor 2,17), corruptos (2 Tm 3,1-8), apóstolos de Satanás (2Cor 11,13-15) e de hereges (Tito 3,10.11), porque eles pregam outro Jesus, outro espírito e outro evangelho (2 Cor 11,4).

Igrejas sérias com pastores sérios sofrem constrangimentos por causa desses fraudulentos mercadejantes do enganoso evangelho da saúde e da riqueza.
O ilustre historiador britânico e professor de História e Religião na Penn State University, nos Estados Unidos, Philip Jenkins escreve: “Os grupos pentecostais têm o tipo de Deus capaz de solucionar meus problemas de hoje e de amanhã. As pessoas de hoje buscam soluções, e não a eternidade”.

“As pessoas querem prosperidade – ou, pelo menos, a sobrevivência econômica -, mas igualmente crucial é a promessa de saúde, e a situação desesperadora da saúde pública nas novas cidades contribui muito para explicar a ênfase das novas igrejas na cura da mente e do corpo. Afora a gama geral de doenças que afetam os norte-americanos e os europeus, os pobres do terceiro Mundo também sofrem com doenças associadas à pobreza, à fome e à poluição, no que foi denominado de “sociedade patogênica”. A mortalidade infantil é assustadoramente alta, pelos padrões do Norte. 
Os ataques desses “demônios da pobreza” são ainda mais graves quando as pessoas vivem em climas tropicais, com todos os problemas provenientes das doenças e parasitas encontrados nessas regiões. Além dos males físicos, os problemas psiquiátricos e o abuso de vários tipos de drogas levam pessoas desesperadas a buscar refúgio em Deus. Tomando todas essas ameaças em conjunto – a doença, a exploração, a poluição, a bebida, as drogas e a violência – e, simples perceber por que é fácil as pessoas aceitarem a afirmação de que estão sendo acossadas por forças demoníacas e só a intervenção divina poderá salvá-las”

O professor Philip Jenkins critica com justiça esses mercenários da fé dizendo: “Em sua pior versão, um evangelho de fé voltado para o sucesso e a saúde pode promover abusos e materialismo, e é fácil escarnecer dele” (12).
CONCLUSÃO
O pregador temente ao bom Deus não prega a si próprio e nem as suas próprias ideologias contrárias ao santo Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo.
O arauto do Evangelho de Cristo não inventa, não recebe e nem passa adiante outro evangelho, pelo contrário, condena categoricamente todo evangelho espúrio.
O proclamador da Boa Nova exerce a nobre missão numa única visão: “por amor a Cristo”. Por amor a Cristo significa: “Pregar a verdade que liberta o pecador da perdição eterna e das garras dos falsos pregadores.

Para o verdadeiro pregador da gloriosa Palavra de Deus, não existe outro interesse, ao não ser o amor e paixão pela salvação das almas e por amor ao nosso Eterno Redentor.
Como verdadeiro profeta de Deus pode morrer doente (Eliseu 2 Rs 13,14), pode se tornar escravo (Daniel Dn 1,1-6), pode viver pobres (os apóstolos Mt 10,7-10; Atos 3,6; 2 Cor 11,25-28), pode ficar e viver doente (Epafrodito Fl 2,25-27; Timóteo, 1 Tm 5,23).

O mistério do espinho na carne do maior apóstolo e teólogo de todos os tempos: São Paulo (2 Cor 12,7-10).

Com todas as incompatibilidades, nada, absolutamente nada, impede ao fiel ministro de Cristo de anunciar a Boa Nova da salvação.
Há um grande poder que move o servo pregador de Deus a essa mais alta missão do mundo: “O amor a Cristo Jesus, Nosso Senhor e Salvador.
Como é magnífico viver para amar e executar o projeto d’Aquele que na cruz nos amou primeiro.
Pe. Inácio Jose do Vale
Pároco da Paróquia São Paulo Apóstolo
Professor de História da Igreja
Faculdade de Teologia de Volta Redonda
E-mail: pe.ianciojose.osbm@hotmail.com
NOTAS
(1) O Globo, 21/09/2008, p.31.
(2) Mundo e Missão, Março de 2009, p.17.
(3) Jornal Show da Fé, nº 32, pp. 12 e 19.
(4) Valor, sexta-feira e fim de semana, 2,3 e 4 de janeiro de 2009, p.A10.
(5) O Globo, 19/04/2009, p.25.
(6) O Globo, 01/03/2009, p.37.
(7) O Globo, 11/01/2009, p.14.
(8) Ultimato, Março-Abril, 2007, PP. 64 e 65.
(9) Jornal Hoje, Março, 1999, p.6.
(10) Valor, sexta-feira e fim de semana, 3,4 e 5 de Abril de 2009, p.17.
(11) Jornal do Brasil, 05/12/2008, p.A5.
(12) JENKINS, Philip. A Próxima Cristandade, Rio de janeiro: Record, 2004, p.112.
Eclésia, Setembro de 2002, p.51.

VOCÊ ACREDITA NA IGREJA?


por Dom Redovino Rizzardo

No final de fevereiro de 2012, a Fundação Getúlio Vargas divulgou uma pesquisa indicando o índice de credibilidade dos brasileiros em algumas instituições do país. A coleta de dados ocorreu em vários Estados, entre os meses de outubro de dezembro de 2011. Foram ouvidas 1550 pessoas.

As Forças Armadas são a instituição mais confiável aos olhos da população, com 72% na preferência dos entrevistados. Em segundo lugar, ficou a Igreja Católica, com 58% e, em terceiro, o Ministério Público, com 51%. O Poder Judiciário despencou para a sexta posição, atrás das grandes empresas e da imprensa escrita. A rabeira do ranking, como há anos acontece, é ocupada pelos partidos políticos e pelo Congresso Nacional.

A partir da pesquisa, Dom Luiz Gonzaga Bergonzini, bispo emérito de Guarulhos, teceu algumas considerações. Nos primeiros meses de 2010, a Igreja Católica não ia além do sétimo lugar, com 34% da preferência nacional – provavelmente devido aos crimes de pedofilia cometidos por alguns sacerdotes. Mas, poucos meses depois, após os debates sobre o aborto que precederam as eleições de outubro, ela subiu para o segundo lugar, obtendo 54% de adesão dos consultados. A variação de 20% corresponde a um acréscimo de 38 milhões de brasileiros, que voltaram a acreditar na Igreja Católica.

Comparando entre si as pesquisas de 2010 e 2011 verifica-se um aumento de 4%. «Ter 58% de confiança da população brasileira – conclui Dom Luiz – significa que 110,2 milhões de pessoas consideram a Igreja Católica confiável».

Em se falando de Igreja, porém, jamais a pesquisa consegue retratar aquilo que constitui a sua verdadeira grandeza. «O homem fica nas aparências, mas Deus olha o coração» (1Sm 16,7). Talvez seja por isso que Deus não aprovou o censo de Israel decretado por Davi (Cf. 2Sm 24): não poucas vezes, o que os números revelam é a tentação do poder. O crescimento da Igreja acontece a partir da conversão interior e se concretiza na construção do Reino de Deus, que é «justiça, paz e alegria no Espírito Santo» (Rm 14,17).

Para levar adiante essa missão, a Igreja conta com a proteção e a presença de Jesus que, depois de denominá-la carinhosamente “a minha Igreja”, garantiu que as forças do mal jamais conseguirão destruí-la (Cf. Mt 16,18), apesar de ser formada por pessoas falíveis e pecadoras. O jornalista Peter Seewald no livro-entrevista que escreveu sobre Bento XVI, em 2010, lembra que, na via-sacra que pregou em Roma poucos dias antes de ser eleito Papa, o então Cardeal Ratzinger não hesitou em admitir: «Quantas vezes celebramos somente a nós mesmos, sem nos dar conta de Cristo! Quantas vezes a sua Palavra é distorcida e desonrada! Quanta sujeira existe na Igreja, e precisamente entre aqueles que, no sacerdócio, deveriam pertencer somente a Deus!».

Em seguida, respondendo a uma pergunta do repórter, o Papa continuou: «O mal fará sempre parte da Igreja. Aliás, se se considera tudo o que os homens – e o clero – fizeram na Igreja, isso se transforma numa prova a mais de que é Cristo que sustenta e que fundou a Igreja. Se dependesse somente dos homens, ela já teria afundado há muito tempo!».

Por fazerem parte de uma humanidade sempre inclinada ao pecado – mas sempre amada por Deus – os cristãos precisam viver em estado permanente de conversão: «Uma experiência que atravessa os séculos é que, pelo pecado original – explica o Pontífice – o homem é seguidamente tentado pelo paganismo. Ele volta a ser pagão, na acepção mais profunda do termo, toda vez que quer ser autônomo e independente. Mas, ao mesmo tempo, sempre de novo resplandece nele a presença divina. Esta é a luta que atravessa a história».

Apesar de tudo, Bento XVI – e a maior parte da população brasileira – agradecem a Deus porque a Igreja existe: «Não se pode perder de vista todo o bem que acontece graças à Igreja Católica; levar em conta quantas pessoas são apoiadas no sofrimento, quantos enfermos e quantas crianças recebem assistência, quanta ajuda é oferecida. Penso que, se devemos dolorosamente admitir a existência do mal na Igreja Católica, também devemos tornar visível toda a luz irradiada por ela e ser-lhe agradecidos. Se ela deixasse de existir, setores inteiros de vida entrariam em colapso».

Dom Redovino Rizzardo
Bispo de Dourados
Fonte: www.domluizbergonzini.com.br

quarta-feira, 7 de março de 2012

BÊNÇÃO DO PAPA EXPULSA DEMÔNIOS

Sábado, Fevereiro 11, 2012





Uma benção do papa Bento XVI expulsou o demônio de dois homens que gritavam durante uma audiência geral na Praça São Pedro em 2009, afirmou um importante exorcista católico em um livro que será lançado em breve. Trechos do livro de Gabriele Amorth, um famoso exorcista da diocese de Roma que já escreveu dois livros sobre tratamentos de aflições demoníacas, foram publicados na revista Panorama nesta quinta-feira. O Vaticano negou que o Papa tenha feito exorcismo nos homens.

Amorth disse que dois de seus ajudantes levaram os homens, conhecidos apenas como Giovanni e Marco, para ver o Papa quando eles começaram a tremer, ficando cada vez mais agitados e mostrando sinais violentos de possessão. Quando um dos ajudantes pediu a Giovanni para que se controlasse, ele disse: "Eu não sou Giovanni" com uma voz que não era a dele, antes de se jogar no chão, junto com Marco, no momento em que o carro do Papa chegou, contou Amorth.

"Os dois homens possuídos caíram e bateram suas cabeças no chão. Os guardas suíços observaram, mas não fizeram nada. Será que eles já tinham visto como os possuídos reagiam quando encarados pelo Papa?", questionou Amorth. "Os possuídos foram então atingidos por um grande solavanco, todo o corpo deles foi atingido. Eles voaram três metros para trás e não uivaram mais", contou.

O porta-voz do Vaticano, Frederico Lombardi, disse à AFP que o Papa não tinha ideia de quem eram aqueles homens ou o que fizeram naquele dia. "Mesmo se esses fatos forem verdadeiros, não é correto falar em exorcismo pelo Papa, que não estava ciente da presença deles. Não há nenhuma ligação e o Papa não teve nenhuma intenção de realizar um exorcismo", declarou.

O exorcismo é uma prática antiga de expulsar demônios de uma pessoa ou lugar e existe em muitas religiões. Acredita-se que o Papa João Paulo II tenha realizado muitos exorcismos no Vaticano em 1982 e 2000.

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